sábado, abril 22, 2006

O título do texto está no meio do texto.



Quando chega o limite, para onde ir?
Simplesmente parar e esperar o fim chegar?
Apressar esse fim?
O que fazer?
Nem um bom texto eu consigo escrever, o que fazer? O que fazer?

Ontem eu dei uma das melhores aula da minha vida, alunos sem querer aprender aprendendo, Professor satisfeito com o olhar de descoberta, olhar de força, olhar de criança de alunos de mais de quarenta.

Isso me fez lembrar da minha mãe, ela me dizia quando eu tinha uns cinco aninhos que eu deveria encarar o mundo, como um tigre encara a sua presa, com força, com determinação, decisão e ataque, onde perdí este olhar?

Um a miscelânea de assuntos incômodos se encontram neste texto, que deveria ser vários textos.
Poucas palavras passam pela cabeça agora. uma que tem lugar cativo é confusão. Confusão pelo simples sentido da palavra. Confusão por inúmeros pensamentos.
Espera!
Não havia dito que poucas palavras passam pela minha cabeça?
Não. Havia dito bem claramente que poucas palavras passam pela cabeça. Qualquer cabeça.
Qualquer cabeça.
Na minha, a confusão ainda reina. Um turbilhão de vozes me assolam.E de repente me pego fazendo contas...

O texto sai por ele mesmo. O fim a cada dia se aproxima, eita pensamento...não vou fazer uma rima pessimista ou niilista, puta que pariu a rima saiu assim mesmo...fudeu se eu fiz uma rima dessa o texto já era. Vixi agora que já era tudo, me lembrei que o Rocky, sim o Balboa, também tinha um lance de olho de Tigre....deixa pra lá...só achei que tinha que falar isso neste paragrafo.

A aula foi meio a meio parecia pizzaria, meio inglês meio francês ao gosto do cliente. E mesmo assim foi uma puta aula se eu fosse aluno eu agradeceria ao professor, imaginaria o trabalho que ele teve para peparar a aula, a busca por um exercício para auxiliar no ponto que estava sendo ensinado...

Há vinte anos eu encostava na barra da saia da minha mãe e ficava contando estórinhas, o Claudio que eu seria se fosse jogador, escritor, rei, empresário, super herói, pai, marido. Tudo isso com cinco anos.

Haja assunto!


Penso em contas e ela não pensam nenhum momento em mim.
Penso em dinheiro e ele (o dinheiro) em quem é o Claudio?

Sobem setenta homens em nome de Moisés num palco, num teatro para cerca de cinco mil espectadores, quantos lugares tinha no Coliseu? Subiram setenta pastores, setenta, sim 70 e eu tentava acreditar, tentava? Acreditar?
Acreditar o que eu estava fazendo ali.
Na verdade essas perguntas já haviam feito ultrassom em mim. Pois bem subiram setenta pastores no palco, digo no altar e as pessoas em estado de frenesi, oração frenética, nem Artaud explicaria. Nem Artaud explicaria, quem foi Artau? A.Artaud.
Esqueça! Vou ler mais sobre Artaud para falar sobre ele.
Nem o mais louco dos loucos se sentiria incomodado perto do que acontecia...

A aula foi acabando, e a pizza ficando gelada, digo, deu o tempo , fim da aula, hora do pagamento do professor...

Na hora que minha mãe lavava a ultima panela ela me disse:
- Filho, o que importa na vida é o conhecimento, isso ninguém tira de você, com conhecimento e olhos de tigre você enfrenta qualquer coisa, é claro que com EDUCAÇÃO acima de tudo. RESPEITO filho, RESPEITO...

Confusão essa é a palavra em meio a diversos assuntos, essa é a hora de fazer a amarração dos assuntos. É a hora? Que hora?

...eram setenta homens aguardando a ordem do arlequim de novo teatro (que merda tem coisas que não saem da cabeça) já disse poxa, que teatro tenho que aprender, digo o apresentador, digo do pastor. Ela ( a ordem) veio calma e aumentava sua força conforme a necessidade, esses setenta homens tentariam carregar a carga do povo como na bílbia, que o Senhor ordenou a Moisés:
Escolha SETENTA homens para carregar a carga do povo, neste momento o pastor ORDENOU, digo pediu para outro pastor dos 318 que ali estavam para pegar outro pastor no colo e apostar uma corrida com ele. Quem ganhou?
Obviamente e intelígivelmente essas palavras eu coloquei na minha peça “ Da Criação da Cena” que entra em cartaz no segundo semestre pelo Projeto Colheita do SuperNova Coletivo de Dramaturgos, isso não é ficção a peça sim, mas estréia se Deus quiser não é. Ops, no caticismo aprendi NÃO use o nome de Deus em vão.
Pois bem quem ganhou a corrida foi o pastor que estava carregando só o microfone, e então ele soltou ou verbalizou de maneira forte e convincente, determinado, decidido, não vi um Tigre mas sim um Monstro caçando e bem determinado, ATENÇÃO neste momento, pois eu disse que não faria amarração nenhuma no texto, bem o pastor disse:Quem acredita que DEUS tem um propósito para você? Quem acredita? Quem? As pessoas gritavam, pulavam. Se vocês acredita seguiu o pastor venham para cá, se juntem a esses setenta homens que livrarão o peso de suas costas. As pessoas rezavam e pediam ajuda. De repente um grito do Pastor:
- Daqui quinze dias esses pastores aqui, esses setenta dormirão em vigilia com quem tem FÉ que sua vida vai melhorar.
UM parenteses, lindo isso não é, uma oração para a vida melhorar não tenho nada contra, esse páragrafo que vos escrevo é simplesmente para aumentar m pouquinho mais a vontade de saber como termina o texto, acho que isso é melodrama. Foi quando o pastor falou com todas as letras e números:
- Quem tiver a FÉ, volto a repetir a FÉ que sua vida vai mudar nessa vigília, tem que se sacrificar, por isso quem vier tem que ser com garra e vontade que sua vida vai mudar. Quem subir aqui, ao lado dos setenta pastores, esses setenta homens dispostos a carregar o fardo de vocês se comprometi.
As pessoas gritavam e choravam dizendo que sim.Então o pastor concluiu o raciocínio e disse, quem passar essa noite aqui na igreja tem que se sacrificar para avida melhorar, doando MIL REAIS, pois Deus entenderá, e que Deus não abandona quem o honra.
Assim seguiu subiram setenta pessoas para Mil.
Subiram setenta pessoas para quinhentos.
Para trezentos e dezoito. (O número de pastores que estavam fazendo a corredor dos 318 pastores!) cem, cinquenta, vinte, dez...me perdí na conta
70X 1000
70X500
70x 318
70X100
As pessoas que se comprometeram com as quantias menores eu perdí a conta.
Somem vocês.

...hora do pagamento do professor, alunos se entre olham, o professor espera, até o silêncio se romper com um aluno dizendo que não vai podr continuar, pois a crise financeira não está fácil para ninguém. Ah...os outros ficaram de pensar e dar uma resposta posteriormente sobre continuar ou não...Não o professor não recebeu.

Olhos de Tigre, olhos de tigre. O conhecimento ninguém tira de você...

Confusão, confusão...

Só queria deixar registrado, que se qualquer profissional pedir dinheiro é esmola, em nome de Deus é honra. E aqueles que trabalham e não conseguem numa vida ver setenta mil reais, isso falando por baixo?

A igreja dura há milênios, Jesus aquele. Sabe o primeiro revolucionário da história? Ele já limpou e derrubou as mesas de dinheiro nos mercados, está na bíblia...Será que está? Ou saiu?

Minha mãe morreu há cinco anos, cinco anos...

Os Tigres correm risco de extinção.

Minha aula já era.

Meu futuro?

O dinheiro, não deu suas caras.

A confusão continua e como continua.

Continua...(Esse é o título do texto)

Continua a vida...

quarta-feira, abril 19, 2006

Ele foi trabalhar passando por baixo!


Eu quase dei
Eu quase dei os cinco centavos que faltavam para completar os dois reais para o rapaz poder passar na catraca do ônibus.
Só não dei.
Só não dei porque nem isso eu tinha.

Pensar


Me dá um real?
Não tenho.
Me paga um almoço?
Não posso.

Depois o rapaz, puto da vida, quase chorou.
A consciência pesou.
O homem no ponto a fazer a todos a mesma pergunta.
Cada resposta, um corte na pele.

Queria ajudar, não podia,
Nem era sua obrigação:
O estado do Estado, perante o estado do povo, é pseudo-retratado, em qualquer jornal do Estado.
Pensava nisso e em inúmeros outros issos.

Olhava a cidade em movimento, em sua mente,
Retrógrado.
A cidade por todos os lados
Sangrava.
A cada esquina, outra artéria rompida,
Outra pessoa jogada.

Então de dentro do ônibus, procura
Um modo de estancar.
Não encontra solução.
Sem solução.
Não há solução.

A música continua tocando
No walkman,
só um fone funciona.
Medo da cidade.
Raiva de si mesmo.
Pensa em dar com os ombros.
Mas não consegue.
Não consegue.

Está perdido,velho,
Inútil
e no auge dos seus vinte e cinco anos.

A cidade.
A cidade que tanto ama.
A cidade que tanto amou.
É o principal motivo para ele se mudar dela,
mesmo sabendo que essa podreira está em qualquer lugar
Do mundo.

Pensa...
Gandhi,
Marx,
Chico,
João,
Rodrigo.
Pensa...
Pensou.
Chorou.

Chegou em casa pensando e pensando, e
Nada mudou.
Assistiu aos mesmos problemas diários na televisão.
Discutiu com a esposa,os amigos e nada mudou.
Nada mudou.
Foi dormir sentindo o gosto de sangue em sua mente.

terça-feira, abril 11, 2006


Apareceu.

- Beduíno.
- Chimpanzé.
- Urugutango.
- Meu não é urugutango é orangutangú, até parece que você não sabe.
- Tá bom não fica nervoso, vamu continuá.Gorila.
- Ah cansei! Não quero mais falar disso, eu estou nervoso.
- O que aconteceu?
- Não quero falar.
- O que aconteceu?
- Não vou falar.
- Tá bom, não fala.
- Apareceu...
- Apareceu o quê?
- Apareceu ué.
- Não acredito, quando?
- Não sei, ontem sei lá..., talvez anteontem...
- Não fique assim, cedo ou tarde isso iria acontecer, pelo menos agora você não precisa mais se preocupar com isso.
- É fácil falar, agora aparece um, depois outro e aí?
- Aí você fica sem.
- É...
- Vamos continuar.
- Não.
- Então vai a merda!
- Vai você..........
- Vamos, vamos, abriu a estação.
- Moça me ajuda, me dá um real. Pra eu comprar um pão e um café...
- Moço me ajuda...
- Senhor...
- Moço...
- Moça...
- Não vai dar certo é quase meio dia, tô com fome.
- E agora que apareceu, é pior ainda.
- Pior o quê?
- Tá mais frio né?
- É.
- É..........

Duas da tarde.
Três.
E por aí vai.
De noite embaixo do barraco improvisado:
- Vai a merda!
- Vai você.
- Apareceu outro.
- Problema seu, se acostume.
- Você não sabe o quanto é ruim.
- Não magina, não sei, não sei...
- É isso mêmo....

Chove.Chove.Chove.No meio da madrugada:
- Ô! Oh! Acorda eu tenho que te falar que eu não tenho, que não aparece mais furo na minha cueca, porque ela já não existe mais, não existe mais.
-Como?
- Não existe e ponto, e pega essa comida que o cachorro não qué mais, se não ocê não acorda amanhã....

Olho aberto....Fome....Amanhece.
- Moço...
- Senhor...
Mais um furo.
- Moça...

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte


A inexperiência me guia dia a dia, enquanto e espero a experiência que me trará a morte.


A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte.
Que me trará a morte.
Meus passos são divididos em pedaços diários.
Um dia não penso, apenas trabalho,
No outro sim, penso, porque afinal de contas trabalho.
No dia que segue, penso, mas não trabalho.
E assim segue:
Trabalho.
Sonho,
Ainda sonho.
Ainda.
Claro que faço isso mergulhado em contas e responsabilidades.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
No dia seguinte, passo mau, e isso é mau.
A depressão pega minha rabeira,
E fico mau o resto do dia,
Não me canso de de dizer mau, mau, mau.
Sem saber se assim que se escreve.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
A cada dia,
A cada pedaço,
A cada partícula,
A cada célula,
A cada,
A cada...

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
Outrora era calmo,
Meu pensar,
Agora é agitado e confuso.
E cada dia mais curto.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
É o tempo se esvai entre meus dias.
E?
Sento e espero tudo passar?
Sento, sim. Mas enquanto isso escrevo.
Escrevo?
É.
Para quê?
Para dizer que em meio a este tempo que se esvai, sonho em ser escritor,
É um escritor, se me julgo como tal?
Não, me julgo, apenas tento ser o que neste ponto da vida sonhei ser.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
Tento ser.
Meu amanhã é uma incógnita.
Não me falo nenhuma novidade.
Nenhuma novidade.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
Está acabando.
Realmente está acabando, minhas mãos enrugadas e trêmulas,
Transmitem a falta de julgamento, e a certeza de que nunca haverá respostas para tudo,
Pelo contrário mais dúvidas e questionamentos.

A inexperiência me guia dia a dia, enquanto espero a experiência que me trará a morte
Que me trará a morte.
E ela está próxima a cada segundo que passa, como este que acabou de passar.
Respiro.
Não respiro.
Acabo.

Mein Kaputt eins ist kaputt

Mudei pra cá.